Orientações para descrição de imagem e audiodescrição
Quanto ao uso da linguagem
Objetiva, simples, sucinta, porém vívida e imaginativa, ou seja, priorizando o uso de léxico variado e se adequando à poética e à estética do produto audiovisual. Para produtos audiovisuais destinados ao público infantil com deficiência visual, recomenda-se que a linguagem reflita os efeitos narrativos de entretenimento que correspondem à dimensão lúdica da obra, evitando-se a sobrecarga de informações e o consequente esforço cognitivo, que podem não corroborar para a experiência estética da criança. Deve, porém, atrair o interesse para a trama a fim de manter a atenção da criança. É importante que as crianças possam ouvir os efeitos sonoros significativos; por isso, não se recomenda que a AD se sobreponha a eles. As crianças, em geral, assistem a um filme ou produção televisiva repetidas vezes, e as canções, rimas, e o processo de ouvir o filme diversas vezes, com uma audiodescrição que informa sobre objetos e eventos, pode ajudar no desenvolvimento da linguagem.
Uso de adjetivos
Os adjetivos descritivos são muito importantes na AD, pois tornam cenas, ações, características dos personagens e ambientes mais claros para o espectador. Os adjetivos devem expressar estados de humor e de emoções condizentes com os construtos universais sem valoração subjetiva por parte do audiodescritor. Também se recomenda que as cores sejam referidas. Grande parte das pessoas com deficiência visual tem ou já teve alguma visão útil e, portanto, a memória de cores. As pessoas com cegueira congênita também atribuem significado para as cores. Objetivamente, as cores devem ser nomeadas por se tratar de objeto de significado sociocultural. As cores são empregadas em diferentes situações e contextos da vida em sociedade porque fazem parte de um sistema de códigos, símbolos e convenções.
Uso de advérbios
Os advérbios e locuções adverbiais ajudam na descrição de uma ação, tornando-a mais clara e aproximada possível. Assim como os adjetivos, devem expressar estados de humor e de emoções condizentes com os construtos universais sem valoração subjetiva por parte do audiodescritor. Os advérbios também complementam o significado das ações, como por exemplo: “Anda de um lado para o outro com preocupação”. “Balança os ombros com desdém”. “Saltita alegremente”.
Descrição de ações
Usar verbos específicos que indiquem a maneira de realização das ações ex: pular, saltar, saltitar.
Tempo verbal
O uso do presente do indicativo é recomendado, pois torna o texto fluido e expressa o fato no momento em que acontece.
Estruturação do período
Quanto à complexidade sintática, recomenda-se o uso de orações coordenadas, sem muita complexidade; ou períodos simples, principalmente devido ao pouco espaço entre as falas dos personagens. Evitar linguagem rebuscada, termos chulos, gírias.
Quanto à elaboração de roteiros de audiodescrição para filmes e programas de TV
Os roteiros de audiodescrição de produções audiovisuais precisam conter os seguintes elementos: tempos iniciais e finais das inserções da AD, as unidades descritivas, as deixas, ou seja, a última fala antes de entrar a AD e as rubricas, que consistem nas instruções para a narração da AD. Nem sempre o audiodescritor-roteirista será o audiodescritor-narrador. Portanto, esses elementos são importantes para auxiliar na gravação da voz e dar à narração o teor adequado a cada cena.
Inserção das unidades descritivas
A narração das unidades descritivas, ou seja, cada uma das inserções de audiodescrição dentro de uma marcação de tempo, é colocada preferencialmente entre os diálogos e não interfere nos efeitos musicais e sonoros. Pode ser ligeiramente adiantada ou atrasada em relação à cena para dar informações necessárias ao andamento da narrativa, desde que não antecipe fatos ou faça versões do que está previsto. O audiodescritor precisa decidir se a informação é importante e se vale a pena operar esse tipo de deslocamento.
Narração da audiodescrição
Uma boa narração deve ser fluida e não monótona, sem vida. Seu propósito é compor imagens, não esquecendo, porém, que obras audiovisuais, como o próprio nome já diz, são compostas por outro elemento que não o visual, e que o sonoro tem grande relevância na significação da obra como um todo. A narração/AD não é um elemento que participa da construção do significado na elaboração de uma obra. Porém, quando colocada junto à obra, passa a ser elemento de composição do significado para quem se utiliza dela. Dessa forma, uma narração neutra, que não leva em conta o tipo do filme, pode comprometer o seu fluxo. Por exemplo, uma narração neutra de um filme de ação pode destoar, enquanto dar um pouco de agilidade à narração pode corroborar para o significado. Da mesma forma, a narração mais pausada, com entonação melancólica, de uma cena dramática, pode contribuir para a dramaticidade.
Não é aconselhável que se sobreponha aos diálogos ou a sons importantes para o enredo, a menos que uma ação relevante para a narrativa aconteça concomitantemente a um diálogo. Nesse caso, a informação é dada de maneira sucinta para não prejudicar o entendimento geral da cena. Exemplo: se em uma cena personagens conversam e, sem que ninguém veja, um dos personagens abre uma gaveta e pega um revólver e mais à frente atira em alguém, é preciso que a narração “Marcio pega um revólver de dentro da gaveta da escrivaninha sem que ninguém veja e esconde no bolso do paletó” se sobreponha às falas, caso contrário, a cena em que ele atira em outro personagem não fará sentido, pois “de onde terá surgido o revólver?”. Assim, apesar da sobreposição da audiodescrição em filmes e programas de televisão não ser recomendada, poderá acontecer toda vez que a informação visual for mais relevante que a informação verbal para o desenvolvimento do enredo. Também não se sobrepõe a narração à trilha sonora, quando esta for relevante para o enredo, utilizando-se, porém, dos mesmos parâmetros descritos acima. No caso de filmes, séries e/ou produtos audiovisuais destinados ao público infantil, propõe-se uma narração que se aproxime de uma locução mais lúdica, como uma contação de história, a fim de não cansar a criança com deficiência visual.
Audiodescrição de programas ao vivo
Em programas veiculados ao vivo, a audiodescrição precisará, também, ser veiculada ao vivo. De qualquer modo, o audiodescritor poderá elaborar um pré-roteiro para não entrar no ar sem qualquer informação sobre o programa. Assim, é necessário que o audiodescritor receba previamente os materiais necessários, tais como o roteiro do programa, matérias gravadas que serão apresentadas etc. Se possível, recomenda-se que o audiodescritor acompanhe a produção do programa para elaboração do pré-roteiro.
Audiodescrição de programas gravados
Para a elaboração do roteiro da audiodescrição de programas de TV gravados, podem-se seguir as mesmas recomendações dadas anteriormente neste guia. Porém, em programas gravados, com pouco tempo entre a finalização e a veiculação, quando não há tempo hábil para a gravação e mixagem da trilha de audiodescrição, recomenda-se que o audiodescritor acompanhe a gravação e/ou pós-produção, para construção do roteiro da audiodescrição que pode ser, então, veiculada ao vivo.
Equipamentos para exibição da audiodescrição em salas de cinema
Atualmente existem dois modelos de exibição da audiodescrição fechada nas salas de cinema. Audiodescrição fechada é quando é ouvida apenas pelo usuário sem que haja qualquer interferência na recepção do filme para o público em geral.
Modelo 1 – exibição via frequência FM Nesse modelo, a AD é exibida por meio de um transmissor via frequência de rádio FM (semelhante ao de tradução simultânea) e recebida através de fones de ouvido do aparelho receptor. Esses equipamentos podem ser usados tanto em uma sala digital quanto analógica. Para ser exibida numa sala digital, a AD deve ser gravada, mixada à trilha sonora original do filme e oferecida em canal de áudio separado. O canal (R) da trilha original será dirigido para a sala de cinema e o canal (L) com a audiodescrição será dirigido para o aparelho transmissor que envia o conteúdo para os receptores com fones de ouvido. Caso o filme seja analógico, a AD será exibida ao vivo. O audiodescritor narrador fica isolado em uma cabine. O microfone é conectado ao aparelho transmissor que envia o conteúdo para os receptores com fones de ouvido. Nesse modelo, o processo da realização da audiodescrição (a elaboração do roteiro, a consultoria e a narração) será incorporado à cadeia produtiva do audiovisual na etapa da pós-produção, seguido da edição, mixagem, etc. Isso implica na democratização do trabalho para os profissionais da acessibilidade, bem como, na livre concorrência de prestação desse serviço já que os produtores do audiovisual poderão escolher os profissionais com que irão trabalhar. Para os exibidores, será necessário equipar cada sala com um aparelho transmissor e quantos receptores forem satisfatórios. Para o usuário haverá a liberdade de sentar na poltrona que melhor lhe convier. Esses equipamentos são de baixo custo, de longa durabilidade, e de fácil manuseio.
Modelo 2- exibição via software Nesse modelo, a AD é exibida por meio de aplicativos de software baixados livremente pelos usuários em seus dispositivos móveis. A transmissão da AD é realizada via WI FI a partir de um computador servidor que envia o conteúdo para os fones de ouvido de um smartphone ou de um tablet. Esses dispositivos só são compatíveis com as salas com projeção analógica. Não há possibilidade de se fazer uma AD ao vivo utilizando esse sistema. Depois de gravada, a trilha sonora da AD é sincronizada no momento da exibição do filme. Esse áudio é dirigido para os dispositivos móveis, enquanto que a trilha sonora original do filme é dirigida regularmente para as caixas de som de cinema. Seja qual for o modelo escolhido pelos exibidores, o importante é que a audiodescrição seja produzida com qualidade e atenda seus usuários, proporcionando conforto e lazer.
Questões tradutórias na elaboração de roteiros de audiodescrição para filmes e programas de TV
Quanto ao entendimento da estética do produto audiovisual e linguagem cinematográfica faz-se necessário àqueles que trabalham com AD o entendimento da estética e da linguagem cinematográfica pertinente ao produto audiovisual ao qual se refere. As escolhas feitas pelo audiodescritor devem estabelecer contato entre o produto e o espectador com deficiência visual propondo acesso à informação visual sem prejuízo às inferências que devem ser construídas no processo de identificação próprio ao meio. É fundamental que o audiodescritor realize um estudo mais aprofundado sobre como funcionam certos aspectos que compõem a estética do audiovisual e que tenha conhecimento da linguagem cinematográfica, como, por exemplo: construção das imagens, fenômenos sonoros, iluminação, pontos de vista, enquadramentos e planos, e quais as suas funções na narrativa.
Planos de enquadramento e pontos de vista
O conhecimento dos tipos de planos, por exemplo, e seus significados dentro da narrativa, pode auxiliar o audiodescritor a explicitar seus objetivos para o espectador com deficiência visual, ao fazer esta ou aquela escolha. Assim, pode-se dizer que o grande plano geral (GPG) enquadra uma grande área de ação, na qual o ambiente é mostrado de maneira ampla e é captado a longa distância, o que apresenta o local onde a história ocorrerá naquele momento e situa os personagens da trama. Geralmente é utilizado no início da história ou quando há mudança de local. Por meio desse plano, o audiodescritor descreverá o ambiente, a fim de situar o espectador com relação ao espaço que é apresentado no filme (ex.: cidade em que a história se passa).
O plano geral (PG) possui um ângulo de visão menor do que o GPG. Por meio dele, o local é apresentado de forma mais precisa e é mostrada a posição do personagem em cena. Com esse plano, o audiodescritor poderá descrever locais mais específicos em que os personagens se encontram, como suas casas, locais de trabalho, etc. O plano médio (PM) tem uma função descritiva e, para isso, os personagens são enquadrados da cintura para cima, dando destaque para a figura humana. Nesse momento, o audiodescritor pode fazer uma descrição mais precisa sobre as características físicas dos personagens e de suas vestimentas. O primeiro plano (PP) enquadra o personagem do busto para cima. Seu objetivo é mostrar os diálogos entre os personagens e suas expressões faciais, que podem ser mais bem detalhadas pelo audiodescritor. O primeiríssimo plano (PPP) enquadra somente a cabeça dos personagens. É utilizado para ressaltar as expressões dos personagens, a fim de revelar suas emoções. O close-up ou plano detalhe enquadra apenas o que é essencial para a compreensão do que está sendo apresentado, destacando-o do resto da cena. O plongée e o contraplongée também são muito significativos, aumentando ou diminuindo o tamanho dos personagens ou objetos, não só física mas também simbolicamente, o que deverá ser enfatizado na audiodescrição, como por exemplo: “Vista de baixo para cima de uma igreja”. “Vista de cima da família sentada à mesa de jantar”. “Ele continua no chão. É observado de cima pelas pessoas que o cercam”. Já os planos-ponto-de vista mostram diferentes pontos-de-vista, que podem ser o do autor, o do narrador, ou o de um personagem e podem também ser explicitados na audiodescrição, como nos exemplos: “Lentamente a imagem se aproxima do braço do homem e foca no relógio de pulso. Detalhe dos ponteiros do relógio em movimento”. “Maria pega um torrão de açúcar no açucareiro e o aproxima da xícara de café. Imagem aproximada do torrão de açúcar absorvendo o café”. “João, agora, não está visível, mas pode-se ver as imagens de uma praça através de sua visão”.
Audiodescrição dos personagens
Na descrição dos atributos físicos de um personagem é recomendável a seguinte sequência: gênero, faixa etária, etnia, cor da pele, estatura, compleição física, olhos, cabelos e demais características marcantes. São descritos à medida que corroborem para a composição do personagem e da cena. Não é necessário descrever em detalhes as características dos personagens que não têm relevância para a trama.
Descrição dos figurinos
Começar pelas peças maiores e pela parte superior para depois passar para as menores e acessórios. Não é necessário descrever o figurino de todos os personagens em todas as cenas, pois o excesso de informação torna a audiodescrição cansativa e tira o foco do ponto principal. A não ser que o vestuário seja elemento importante para a composição da narrativa.
Audiodescrição dos estados emocionais
Descrever os elementos que levam o espectador a inferir o estado emocional dos personagens pode funcionar em alguns casos, como “Ela leva as mãos ao rosto e chora” ao invés de “Ela está triste”. Porém, é preciso evitar ambiguidades, obscuridades. Descrever um gesto ou uma expressão facial nem sempre leva ao seu entendimento, às vezes a descrição pura pode se perder no vazio. Se há tempo, recomenda-se descrever o gesto e o que ele significa, principalmente levando-se em consideração as pistas visuais, senão, apenas o seu significado. Se um personagem coloca a mão no queixo em sinal de preocupação, pode-se descrever: “Ele coloca a mão no queixo, preocupado”. Ou o olhar de personagens: “Elas se entreolham com surpresa”. A depender do gênero do produto audiovisual, os estados emocionais são mais exacerbados, como em dramas, romances, comédias. Sua audiodescrição pode contribuir para a experiência estética que o produto lhe proporcionaria. Cenas de romance não podem ser descritas apenas como “O casal se beija”. Como é esse beijo? Apaixonado? Rápido? Demorado? Como são as carícias? Evitar fazer uma explicação sumarizada da situação, como por exemplo: “Entram no quarto e fazem amor”, ou “Fazem sexo.” É necessário descrever a ação à medida que ela acontece buscando as escolhas lexicais mais apropriadas.
Nomeação dos personagens
Geralmente, os personagens são nomeados na AD quando são nomeados na narrativa. Enquanto isso não acontece, são identificados por suas características físicas. O mesmo acontece para profissões ou funções. Porém, por vezes, essa conduta não ajuda a compreensão. Em situações em que esse tipo de informação, ou mesmo a relação entre os personagens fique explícita na narrativa a partir de jogos de cena, sugere-se que sejam explicitadas. A identificação imediata dos personagens pode ajudar na concentração nas cenas, pois no caso da audiodescrição de uma cena com vários personagens pelos seus atributos visuais como, por exemplo, “a menina loira de vestido rosa conversa com o homem alto de preto que dá o braço à mulher alta, loira, que dá a mão ao menino loiro de uns oito anos”, se os nomes não aparecerem logo e esses personagens continuarem interagindo, haverá uma confusão na descrição das cenas, além de um excesso de informações que poderá prejudicar a compreensão. Assim, nessas situações, pode ser conveniente apresentar os personagens, mesmo que seus nomes ainda não tenham sido ditos. Em outras situações, porém, essa antecipação pode quebrar o suspense. Cabe ao audiodescritor identificar tais circunstâncias. Em filmes pertencentes a uma série, uma saga, ou mesmo a seriados de televisão, pode ser melhor nomear os personagens logo de início, principalmente porque muitos dos espectadores já conhecem os personagens e seria desnecessário descrever Harry Potter em todos os filmes antes de ele ser nomeado. Mesmo vendo pela primeira vez os filmes 2 ou 3 das séries, acredita-se que a maioria dos espectadores já devam conhecer os personagens mesmo que somente de nome.
Audiodescrição da localização espacial e temporal e dos ambientes
Sugere-se audiodescrever os elementos importantes para caracterização dos ambientes de acordo com sua importância para a compreensão da obra. Por exemplo, descrever em detalhes um ambiente em que o personagem entra, fica poucos instantes, sai e não volta mais, não é relevante, e sua descrição detalhada pode desviar a atenção do foco principal. A não ser que tenha alguma função na narrativa. É necessário localizar sempre os ambientes, dizer que o personagem volta a um determinado ambiente em que já esteve; deixar claro caso um mesmo ambiente tenha sofrido mudanças e descrever quais. Quando há uma mudança de ambiente, a audiodescrição começa por aí, como por exemplo: “no escritório”; “no jardim”; “na praia…” etc. Além do ambiente, outra informação importante para o entendimento da cena é dizer quantos estão em cena e quem são.
Inserção de tempo
Da mesma forma que a mudança de cenário/ambiente, a mudança de tempo é anunciada logo que aconteça para o melhor entendimento da cena. Exemplos: “é dia”, “é fim de tarde…”,“de madrugada…”, ou mesmo se se volta a uma cena anterior sob outra perspectiva, por exemplo: “As cenas do início se repetem…” ou “se repetem sob a perspectiva do assaltante…”, ou “em flashback…”
Audiodescrição de personagens e cenários/ambientes de séries e telenovelas
Um fator pertinente às séries, minisséries e telenovelas é o fato de serem apresentadas de maneira sequencial, em meses, semanas, temporadas, etc. Dessa forma, para lidar com a audiodescrição de personagens e ambientes, que irão se repetir nos capítulos ou episódios, e para que a audiodescrição não se torne repetitiva e cansativa, é pertinente a AD gravada de fichas contendo informações de personagens, ambientes, vinheta, que possam ser acessadas a qualquer momento pelo controle remoto dentro das possibilidades da TV digital. Esse recurso possibilita a audiodescrição detalhada dos aspectos físicos (cabelos, cor da pele e olhos, altura, etc.) de cada um dos personagens principais e secundários (com o nome dos atores) e o tipo de roupas e acessórios que costumam utilizar – enfatizando os tons de cores mais frequentes. A mesma descrição detalhada pode ser feita com relação aos ambientes. Pode-se perceber a importância desse recurso para o reconhecimento do estilo que caracteriza cada personagem. Não se pode negar que muitos personagens influenciam a moda, o jeito de se vestir das pessoas. Produtos como séries, minissérie, telenovelas, também reforçam valores, trazem à tona particularidades das diversas camadas sociais e enfatizam comportamentos. Assim, informações como cor de batom, de esmalte, acessórios, etc. usados pelos artistas em sua caracterização dos personagens, podem ser atualizadas diariamente e darem à pessoa com deficiência visual a opção de acessar informações que possam não ter sido obtidas enquanto assistiam aos capítulos da telenovela ou série.
Elementos visuais verbais
Recomenda-se que elementos visuais verbais, tais como créditos, textos, títulos, legendas e intertítulos, sejam lidos. Porém, os créditos iniciais muitas vezes são exibidos concomitantemente às imagens iniciais dos filmes. Lê-los nesse momento poderá prejudicar a compreensão do filme, pois podem estar sendo mostradas cenas importantes relativas ao enredo. Assim, sua leitura deve ser feita em momento que não se sobreponha à audiodescrição de cenas, o que pode acontecer de forma corrida logo no início, ou então deixá-los todos para o final. Quanto à tradução das siglas, se esta estiver disponível para os espectadores em geral, é necessário disponibilizar essa tradução também na AD.
Identificação de sons
É preciso referenciar a fonte sonora, isto é, a identificação da origem do som. O latido de cachorros, por exemplo, não é necessário ser identificado, mas sim a localização do cachorro que late. Ex: “cachorros latem do lado de fora da casa”.
Informações retiradas do Guia para produções audiovisuais acessíveis da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, 2016
Para acessar integralmente: https://inclusao.enap.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/Guia-para-Producoes-Audiovisuais-Acessiveis-com-audiodescricao-das-imagens-1.pdf